
A descoberta do inconsciente tira a consciência do centro da psique, mostrando que o inconsciente também “pensa”.
Um dos pontos centrais da psicanálise, o inconsciente é a parte mais profunda da mente humana. Sigmund Freud afirma que a psique é formada por três partes interligadas: consciente, subconsciente e inconsciente. Apesar de o consciente ser a parte percebida pelos indivíduos, é apenas a ponta do iceberg – é no inconsciente que está o arquivo de todas as percepções e a fonte das pulsões (energia que direciona nossas ações).
De forma geral, o inconsciente é o conjunto de processos mentais que ocorrem sem o sujeito perceber. São processos psíquicos ocultos e quase inacessíveis, mas que explicam nossos sonhos, esquecimentos, confusões e desejos.
Descoberta do Inconsciente

A existência do inconsciente foi apresentada por Freud no texto “O Inconsciente”, publicado pela primeira vez em 1915. Segundo Freud, a mente humana tem processos psíquicos inconscientes, que operam de forma independente dos pensamentos conscientes.
A ideia é revolucionária porque tira o sujeito do centro de si mesmo: o homem não é o único que determina suas ações, mas é movido por forças independentes que são desconhecidas pela sua razão. A consciência é colocada sob suspeita.

A descoberta do inconsciente tira a consciência do centro da psique, mostrando que o inconsciente também “pensa”. Com esses processos funcionando de forma independente, Freud coloca o ser humano como um sujeito dividido (em consciente, subconsciente e inconsciente), sem um único eixo central que controlaria toda a mente humana, como se acreditava até o momento.
Inconsciente Coletivo
A noção do inconsciente foi expandida por Carl Jung, que dividiu o conceito em duas ideias distintas: inconsciente pessoal e inconsciente coletivo.
O inconsciente pessoal é aquele formado por sentimentos, ideias, existência e experiências pessoais. Já o inconsciente coletivo é um conjunto de sentimentos, pensamentos e lembranças compartilhadas por toda a humanidade, herdados por cada indivíduo.
Jung descreve o inconsciente coletivo como uma espécie de “reservatório” de imagens primordiais, chamadas arquétipos. Essas imagens não são percebidas pelas pessoas de forma consciente, mas influenciam a forma como pensamos e agimos. Um exemplo é o arquétipo da cobra, historicamente associada a traição e medo, portanto, nos influenciando a temer o animal.

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Referências:
BARATTO, Geselda. A descoberta do inconsciente e o percurso histórico de sua elaboração. In: Psicol. cienc. prof., v.29, n.1, Brasília, mar. 2009. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932009000100007>.
FREUD, Sigmund. O Inconsciente. In: História do movimento Psicanalítico, artigos sobre a metapsicologia e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
JUNG, Carl Gustav. Os Arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis: Editora Vozes, 2002 2ª ed.